(Esta postagem é desavergonhadamente pessoal.)
Em 2004, havia em mim uma grande pergunta sobre que música encerraria o curta-metragem
Alice, que eu dirigia então.
Sentimental, do Los Hermanos.
London, London, de Caetano Veloso. Mas eram músicas famosas, difíceis de se conseguir.
Eis que o amigo Marco Dutra, cineasta que faz
bicos como compositor de lindas músicas, foi incisivo: “posso compor uma?”. Sua bela melodia foi acrescida por versos precisos de Caetano Gotardo, amigo cineasta que faz
bicos como letrista de lindas canções. Caetano não vira o filme, mas captou sua essência a partir de 4 ou 5 frases de um telefonema.
Alice, a música, existia. Mas faltava a voz a dar-lhe corpo definitivo.
Amigos em comum apresentaram-me Mariana Aydar. Nos conhecemos em um show que ela fazia no Jockey Clube, dentro do extinto projeto Open Air, de cinema ao ar livre.
Com entrega, Mariana colocou em
Alice, a canção, o desespero contido e o desamparo que
Alice, o filme, precisava para seu final. E desde sua primeira projeção, uma das mais pungentes marcas que ele deixa no público é a beleza de sua música-tema.
O que muito me orgulha e a que eu agradeço, sempre e ainda hoje, a Marco, Caetano e Mariana.
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Em 3 anos, muitas coisas mudaram. Mas reencontro Mariana novamente, aqui nesse
Música de Bolso, com o mesmo entusiasmo e o mesmo espírito colaborativo.
Desfrutem, pois.